quando eu era miúdo, aí pelos meus 4-5 anos, acreditava que havia 5 tipos de pessoas: velhinhos e avós, pais e tios, irmãos e primos mais velhos, crianças como eu e, finalmente, os bebés. cada qual era assim, estava assim e pronto. o modelo funcionava muito bem naquela ausência de tempo do paraíso infantil. uma vez por outra morria um velho ou um pai ou um tio ou um moço ou um bebé (um anjo, comose dizia). mas tudo tinha uma explicação satisfatória para o modelo: era uma doença, um afogamento, uma queda, um acidente estúpido, um ataque do coração ou da cabeça, sempre uma coisa que, sendo excecional e fazendo sentido, deixava a boa ordem funcionar intacta.
o modelo foi-se adaptando ao longo da vida, com as subidas sucessivas ao escalão seguinte. cada subida de escalão era um galão a mais na farda.
até que os velhos da minha casa começaram a morrer, um por um.
aí compreendi que o modelo estava errado e que o sentido que as coisas fazem é não fazerem sentido nenhum.
finalmente, que talvez não seja preciso que as coisas façam sentido. só temos que as compreender e aceitar.
o modelo foi-se adaptando ao longo da vida, com as subidas sucessivas ao escalão seguinte. cada subida de escalão era um galão a mais na farda.
até que os velhos da minha casa começaram a morrer, um por um.
aí compreendi que o modelo estava errado e que o sentido que as coisas fazem é não fazerem sentido nenhum.
finalmente, que talvez não seja preciso que as coisas façam sentido. só temos que as compreender e aceitar.
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