sexta-feira, 8 de maio de 2015

os votos inúteis

mais umas eleições, mais uma vitória conservadora.
num momento de crise gravíssima, tanto a nível económico, como institucional e de valores, podemos perguntar: como é possível que o partido, ou coligação, do poder se mantenha incólume? antes do mais, porque o segundo partido, em geral social-democrata ou socialista democrático, não é visto como uma alternativa séria. os eleitores veem-no como farinha do mesmo saco, ou seja, mais do mesmo, apenas com ligeiras diferenças éticas, estéticas e linguísticas.
multiplicam-se as alternativas redentoras, as receitas gerais, regionais, locais e particulares, as opções pela não-política, como o partido dos gatos e dos cães, o partido verde, amarelo, cor-de-rosa e arco-íris, o partido do pinto ou do morais.
perante a inutilidade destes votos em termos de uma real alternativa política, vai o status quo passando pelos buracos da chuva.
é claro que os eleitores devem saber o que fazem e perceber que num momento destes o melhor é votar no mal menor. que todas as alternativas redentoras não passam de cheques em branco aos que mandam hoje.
mas é preciso que o partido do mal menor nos convença de que o voto nele é um voto útil. caso contrário, como diz o outro, "pra pior já basta assim".
é o que dizem os votantes quando votam inútil.
mas, apesar de tudo, ainda não é o que eu penso.

Sem comentários:

Enviar um comentário