domingo, 27 de abril de 2014

novos santos

temos dois santos novinhos em folha. por sinal Papas. 
a coisa já estava em marcha quando Francisco chegou. e também não é por aí que o Francisco borra a pintura. fez bem em não mexer no assunto e deixá-lo seguir os trâmites até ao fim. na Igreja há de tudo e não é bom pastor o que divide as ovelhas. 
e fez ainda melhor ao dizer que coloca ao serviço dos pobres o ouro do Vaticano. já vi quem criticasse até isto, dizendo que o oiro acaba antes de acabarem os pobres. mas nisto, quando se quer mexer em alguma coisa, é-se preso por ter cão e preso por não ter. se não fizesse nada pelos pobres, aqui d'el rei que era um sovina e um especulador financeiro. não tenho pachorra para essas críticas. 
quanto ao caso dos Papas e do respetivo processo, é claro que há que dar à coisa da "santidade" um ar de gravidade e seriedade superior ao sentir da populaça. 
o "milagre" é uma boa peneira. ainda que os "milagres" se esgotem no setor da saúde, o que eu, como médico, entendo muito bem. o facto de haver "milagres" em todas as religiões aponta para mecanismos psico-imunitários complexos em que a projeção das dificuldades num ente afetivo mais ou menos virtual, ou até imaginário, pode por em marcha processos de reposição do equilíbrio físico e psíquico. 
não acredito em santos nem deixo de acreditar. já tive na vida momentos em que tive de projetar nessas figuras grandes e muito difíceis problemas. e por isso ou por qualquer outra razão, o resultado não podia ser melhor.
bem-vindos ao panteão, senhores santos novos.

2 comentários:

  1. E que me diz Dr Cunha-Oliveira ao "milagre" do nosso Ronaldo que fez "ressuscitar" um jovem que estava em coma, tendo reagido, com sinais vitais visíveis, ao golo marcado por ele, quando ouvia o relato do jogo com auscultadores, na sequência de conselho médico? Teremos um novo santo? Que há coisas difíceis de explicar, lá isso há!!!

    ResponderEliminar
  2. pelo que eu deixei dito, não é necessário ser "santo", nem católico, para ter poder de fazer "milagres". há "milagres" em todas as religiões e até fora delas. a relação entre corpo e mente tem muitas áreas de sombra. por exemplo, há muita coisa no campo da psico-imunologia que ainda desconhecemos, mas as que conhecemos já ajudam a compreender, pelo menos em parte, por que certas coisas acontecem. e é para isso, afinal de contas, que o meu despretensioso texto se dirige. "milagres" há muitos, "santos" é que há poucos. e dos "santos" que conhecemos, uns fazem "milagres", outros nem por isso. e há "milagres" que parece que nenhum "santo" quer fazer.

    ResponderEliminar