passei uma boa parte da tarde de hoje em conversa com o advogado de um paciente meu.
um advogado sénior, simpático, sensível e decididamente muito interessado pelo seu cliente.
trata-se de um daqueles casos tenebrosos de regulação do poder dito "paternal", após um divórcio conflitual. e da intervenção de uma interminável panóplia de técnicos e pareceres, nem sempre isentos, nem sempre imparciais.
a páginas tantas do processo, o pai (neste caso o meu paciente e cliente do advogado) é impedido de contactar o filho, não pode estar com ele vai para dois anos.
no processo adensam-se as "provas" e "reprovas" contra as más "vibrações" que a presença do pai provoca junto do filho.
filho que, no dizer do pai, acaba por ser um "órfão de pai vivo".
o pai sofre visivelmente. sofre. extremamente ansioso, deprimido, mas obstinado em conseguir voltar ao contacto com o filho.
quer simplesmente ser pai.
mas as coisas estão longe de ser fáceis. a mãe opõe-se.
e a cultura jurídica portuguesa não o favorece.
a mãe não quer e pronto.
in dubio pro mulieribus.
amen.