metendo a foice em seara alheia, apetece-me falar do celibato dos padres católicos. cælibatus, em latim,
significa "não casado", por oposição a coniugalem, "com
jugo [matrimonial]". o celibato é uma coisa, a virgindade é outra. a Igreja
Católica deve muito do seu poder e da sua riqueza a esse regime de celibato
imposto ao clero, na medida em que, não sendo casado, o sacerdote ou bispo ou cardeal ou papa não transmite os
bens da Igreja aos filhos, dispersando a riqueza da instituição.
esse é um ponto. outro ponto é a questão sexual. os
padres são homens como quaisquer outros e, por conseguinte, sujeitos às mesmas
leis da natureza.
claro que sou favorável à liberdade de afirmação sexual dos
padres, mas isso não significa que o livre acesso dos padres ao "mercado
do sexo" vá melhorar nem piorar a situação dos "escândalos
sexuais". o "monstro belga" não é padre, o "violador de
Telheiras" não é padre e os indiciados do "caso Casa Pia" também
não são padres.
por outro lado, os sacerdotes e pastores de outras confissões
cristãs não parece que tenham o comportamento exemplar que se esperaria de
sacerdotes casados.
temos que nos conformar com a natureza humana, tal qual ela
é.
e um outro ponto ainda é a questão de género.
embora eu ache que as mulheres deveriam poder exercer o sacerdócio, nada indica
que uma sacerdotisa se conduzisse sexualmente "melhor" que um homem.
e nada impediria uma Papisa de ser uma espécie de Catarina da Rússia.
o mesmo
com os homossexuais das várias preferências.
as coisas são como são. casamento é uma coisa, sexo é
outra e género é ainda outra. e outra é o sacerdócio. e outra ainda, e pior, são
as ciladas e rasteiras que se costuma pregar a pretexto do sexo quando se
pretende liquidar alguém. e que tal aceitarmos as pessoas como elas são e
deixarmo-nos de sermões moralistas de uns para os outros?
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