falava, falava, falava. gesticulava. acendia um cigarro acabadinho de fazer à mão. e falava, falava, gesticulava e tudo, como numa conversa real, objetiva, do quotidiano. deveria ter os seus vinte e poucos, não tinha mais. o caso parecia sério.
de sobreaviso, procuro à socapa indícios de um telemóvel. conheci o caso de um que usava o telemóvel para que ninguém dissese que falava sozinho. mas nada. telemóvel nenhum.
continuava a falar, sem se importar com o efeito que causava nos circunstantes.
eu creio que ele falava com alguém. só podia estar a falar com alguém. e o caso era manifestamente sério. compreendo. às vezes, a pessoa com quem temos de falar com urgência e seriedade somos nós próprios. sejamos nós mentalmente sãos ou não.
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