sempre achei a estória do filho pródigo um bocado estranha, contrária à lógica e ao sentido comum de justiça.
ainda outro dia a minha mais nova me chamava a atenção para a razão que, do seu ponto de vista, assistia aos protestos veementes dos filhos cumpridores, previsíveis, assíduos e bem comportados, perante a festa que o pai fazia ao regresso do filho transviado.
confesso o embaraço que senti perante a observação. eu próprio não entendera a lógica da parábola na idade dela, nem muito depois. achava simplesmente que era uma lógica própria dos filhos de deus feitos homens e pronto. mas hoje sei que ela contém um sentido daqueles que faz outro sentido. um sentido de quem tem coração e sentimentos.
dos meus pacientes, há uns que há meses, para não dizer mais de um ano, deixaram de dar sinais de vida. pensava que os tinha perdido, por qualquer razão, minha ou de circunstâncias da vida. desses, vieram hoje três. não posso dizer que regressaram porque, afinal, nunca tinham saído. vieram, simplesmente, porque voltaram a precisar de mim.
e com a alegria que senti por vê-los de novo, lembrei-me da velha parábola do filho pródigo e do sentido que ela faz.
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